Dessa vez a clínica se uniu ao movimento Rio Eu Amo Eu Cuido que promoveu uma limpeza no Morro do São Carlos, dia 14/04, sábado. Uma belíssima ação que reafirma o lema do projeto: conscientizar os cariocas sobre a importância dos pequenos gestos em prol da cidade.
A iniciativa, que faz parte da campanha "Rio+limpo", lançada este mês pelo RJTV da Rede Globo, discute o impacto do lixo na cidade e consequentemente os perigos para a saúde de todos. Além de grande parte de funcionários da Clínica da Família Sérgio Vieira de Mello, o trabalho contou com voluntários, moradores, fuzileiros navais e artistas como os atores Carlos Machado e Isabel Fillardis.
Quem abre um pacote de bala ou qualquer outro produto e descarta a embalagem numa calçada pode pensar que aquilo não fará diferença, mas está enganado. São muitos os riscos causados pelo acúmulo de lixo - mesmo esses pequenininhos -, como enchentes e emissão de gases tóxicos.
"O lixo também pode gerar chorume e contaminar a água e o solo. Ainda pode servir de abrigo e alimento para animais e insetos que são vetores de doenças. As mais comuns são a leptospirose, peste bubônica e tifo murino, causadas pelos ratos, além de febre tifóide e cólera causadas por baratas, malária, febre amarela, dengue, leishmaniose e elefantíase, transmitidas por moscas, mosquitos e pernilongos", explica Marçal Rizzo, professor assistente na Universidade Federal do Mato Grosso e doutorando em Geografia na área de Dinâmica e Gestão Ambiental pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (FCT/UNESP).
Com tantos problemas originados pelo lixo, por que algumas pessoas insistem em ignorar tudo isso e continuar jogando resíduos em locais públicos? Será por falta de lixeiras ou falta de educação? Para Marçal, as duas hipóteses são válidas. "Realmente existe um déficit de lixeiras nas cidades. Até mesmo nas pequenas faltam lixeiras pelas ruas e praças. Agora, não podemos nos esquecer do vandalismo contra as que existem. Há quem arranque, danifique e até queime o lixo dentro delas".
Muita gente joga a culpa do problema com o lixo nas autoridades. De fato, há pouco investimento na área. Segundo uma pesquisa realizada em 2007 pelo Ministério das Cidades com 306 municípios que representam 55% da população urbana do Brasil, a coleta seletiva só chegava a somente 56,9% dessas cidades.
Além disso, dos 587 aterros que recebiam os resíduos, 46% não possuíam licença ambiental. "Diante desse quadro, nota-se que há um mau planejamento e falta de investimento. Boa parte de nossos políticos não desenvolvem bons projetos na área ambiental, em especial no que tange lixo. Investimentos nessa área não trazem tantos votos como os políticos esperam. A população não sabe o que é feito com o seu lixo após ser colocado de fronte as suas casas. Acreditam que o problema acaba ali, mas infelizmente, é ali o início do problema se não for disposto de forma adequada", observa Marçal.
Mas, como todos produzimos lixo, todos somos então responsáveis por cuidados que amenizem as consequências ruins. Johnny lembra que "grande quantidade do lixo domiciliar pode se tornar matéria-prima para produção de novos produtos". Marçal explica como organizar os resíduos domésticos. "O ideal seria separar o lixo domiciliar em duas partes: a parte não reciclável e a parte reciclável. A não reciclável (tecidos, fraudas descartáveis, papel higiênico, restos de carne, frutas, verduras e outros alimentos) deve ser descartada em aterros sanitários. Vale lembrar que restos de frutas, cascas e alimentos podem se usados para a fabricação de adubo orgânico. Já o material seco que pode ser reciclado ou reutilizado deve ser encaminhado à coleta seletiva". Antes de tudo, busque diminuir quantidade de lixo que produz e fique de olho no que sobra do consumo. Parece fácil falar né? Mas antes de começar, você não pode dizer que é difícil fazer!
Por Priscilla Nery (MBPress) e ACS Leandro Antônio
Sensacional!
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