31 julho, 2014

Hepatites Virais: Como previní-las na Atenção Básica



A partir das propostas brasileiras, a Organização Mundial de Saúde (OMS), durante Assembleia Mundial da Saúde realizada em maio de 2010, instituiu a data de 28 de julho como o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais. A partir deste marco, o Ministério da Saúde e as demais secretarias estaduais e municipais, desenvolvem ações contínuas em cumprimento uma série de metas de prevenção e controle nos níveis de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) para o enfrentamento das hepatites virais no Brasil.

As hepatites virais são doenças que causam inflamações no fígado, alterando seu funcionamento, contribuindo para o surgimento de doenças como cirrose, câncer entre outras patologias. As mais comuns são as virais, isto é, aquelas causadas por vírus e/ou também provocadas por agentes externos como drogas, medicações e outras substâncias toxicoativas.
As hepatites são classificadas de acordo com as letras do alfabeto: A, B, C, D e E.

Hepatite A:
Causada pelo vírus A (HAV),é uma doença transmitida através do contato com humano infectado ou por água e alimentos contaminados (transmissão fecal-oral).
A maioria das pessoas consegue eliminar naturalmente o vírus A. Apesar de existir vacina (não disponível no serviço público de saúde), as melhores formas de prevenção da doença são saneamento básico (tratamento de esgoto e água) e higiene no preparo de alimentos.

Hepatite B: 

É uma DST que age silenciosamente no fígado
O HBV, vírus que causa a hepatite B, é transmitido através de relações sexuais sem camisinha e através do contato com sangue contaminado. Na maioria das pessoas infectada pelo HBV na idade adulta, o organismo se encarrega de curar a doença em cerca de 6 meses. Quando isso não ocorre, a infecção pode se tornar crônica (que pode levar à morte do paciente), gerando ao longo de 20 anos doenças como insuficiência hepática e câncer do fígado.
Existe uma vacina contra o vírus da hepatite B disponível nos postos de saúde, gratuitamente, para alguns grupos. Soropositivos para o HIV que não estejam infectados pelo HBV podem ser indicados à vacinação. 

Hepatite C: 

Sem vacina, doença é comum entre usuários de drogas
A transmissão da hepatite C acontece através do vírus C (HCV), reconhecido cientificamente em 1989. Antes disso, a doença se chamava hepatite não A – não B.
Ela é transmitida através do contato com sangue contaminado. Apesar de a transmissão sexual não ser considerada significativa, existem formas de contrair o HCV fazendo sexo sem camisinha, por causa dos sangramentos que podem ocorrer, principalmente no sexo anal.
Pessoas que tenham outras doenças de transmissão sexual, como o HIV, têm um risco maior de adquirir ou transmitir o vírus C.

Cerca de 80% das pessoas que se infectam com o vírus da hepatite C não conseguem se curar da doença espontaneamente, como ocorre com a hepatite B. Essas pessoas desenvolvem inflação no fígado constantemente, o que pode levar – em um período médio de 20 anos – a cirrose, insuficiência hepática e câncer do fígado. Como na maioria dos casos a doença não gera sintomas, quanto mais cedo o diagnóstico, melhor.
Dependendo da carga viral e do tipo do vírus C, o tratamento pode durar cerca de um ano. A chance de cura varia de 50% a 80%, dependendo de cada caso.

Hepatite D (delta):
Causada pelo vírus D que, para se manifestar, necessita da presença do vírus da hepatite B (HBV). Suas formas de transmissão, prevenção e tratamento são parecidos com os da hepatite B.

Hepatite E:
Causada pelo vírus E (HEV), está relacionada a condições de saneamento básico, como a hepatite A


Prevenção:

Existem várias medidas que podem evitar a transmissão das hepatites virais:
> Usar preservativo em todas as relações sexuais;
> Exigir materiais esterilizados ou descartáveis em estúdios de tatuagem e de piercings;
> Não compartilhar instrumentos de manicure e pedicure;
> Não usar lâminas de barbear ou de depilar de outras pessoas;
> Não compartilhar agulhas, seringas e equipamentos para drogas inaladas e pipadas, como o crack.

Vacinação:

A vacina contra a hepatite B deve ser recomendada para jovens até 29 anos, para as populações vulneráveis* (em especial, profissionais do sexo, homens que fazem sexo com homens e usuários de drogas) e para profissionais de saúde. É um direito e é a melhor forma de evitar a hepatite B.  
Todo recém-nascido deve receber a primeira dose logo após o nascimento, preferencialmente nas primeiras 12 horas de vida.

Prevenção das Hepatites na Atenção Básica:
Na Atenção Básica existem diversas formas de prevenção para o usuário do serviço de saúde se proteger com relação às hepatites virais, entre elas:

- Orientação em saúde sobre o uso da água e dos alimentos;
- Vacinas para prevenção da doença;
- Dispensa de preservativos;
- Teste rápido para detecção e diagnóstico da doença;
- Acompanhamento/Tratamento da saúde do paciente
- Dispensa de medicação gratuita
 
Em casos de surgimentos de sintomas como: 

. Fraqueza;
. Febre;
. Mal-estar;
. Dor abdominal;
. Enjoo/náuseas;
. Vômitos;
. Perda de apetite;
. Urina escura (cor de café);
. Icterícia (olhos e pele amarelados);
. Fezes esbranquiçadas (como massa de vidraceiro).

Procure o serviço de saúde imediatamente. Assim como as demais doenças, quanto antes detectadas e tratadas maior e melhor são as possibilidades de cura, evitando os agravos.





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